Tenho observado algo
deveras interessante no cenário cristão, em especial, no “ramo” pentecostal.
Existem muitas pessoas que
querem ser “usados” por Deus para fazer algo para a Sua obra e isto é louvável,
mas o que me intriga é: “O que realmente estas pessoas querem fazer”?
Vários querem pregar e
cantar, poucos querem ensinar e evangelizar, e uma grande parcela deseja mesmo
é aparecer, pois ao contrário do que Jesus nos ensinou (Lc 22.26), os cargos eclesiásticos nos dias
atuais produzem status.
Existem alguns que até
utilizam o texto que Paulo escreve a Timóteo, na sua primeira carta no capítulo
3 e verso 1, “Esta é uma palavra
fiel: Se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja” (ARC),
mostrando que eles estão no caminho certo, porque o próprio Paulo disse que
quem quer trabalhar na obra de Deus, excelente coisa deseja.
Outros utilizam o texto de
Romanos no capítulo 12 e verso 7, que diz: “Se é ministério, seja em
ministrar...”, mas a palavra ministrar aqui é “diakonia”, que traduzindo é aquele que assiste (assistência,
cuidado, zelo).
Precisamos então corrigir
um erro, pois o que Paulo escreveu na sua carta a Timóteo foi: “Aquele que
deseja o episcopado, excelente obra
deseja”.
A palavra episcopado no
grego é “episkopoi” e significa
superintendente ou bispo e o trabalho que estes tinham era o de supervisores,
ou seja, os que detinham a nobre função episcopal eram aqueles que visitavam,
cuidavam e zelavam dos homens para o bem dos mesmos (STRONG:1984). Em suma, estes
eram os cuidadores dos cristãos e, traduzindo para a nosso português, eles eram
os atuais pastores.
Existe grande aprendizado
na comparação que Jesus fez do pastor de ovelhas com o pastor de homens (Jo 10),
mas especificamente para discutirmos o nosso caso, Jesus utilizou esta
comparação, pois os pastores de ovelhas, como foi Davi (1 Sm 17.34), eram
homens que tinham um zelo extremado por seus animais e por isto os
supervisionavam constantemente, livrando-os da morte por várias vezes.
Hoje em dia, os nossos
jovens pentecostais querem pregar a Palavra e eu louvo ao Senhor por isto, mas
realizando uma pequena enquete na denominação em que congrego, verifiquei que
mais de 90% deles não querem ser “episkopoi”,
ou pastores, o que eles querem é ser conhecidos como pregadores e até
utilizam um termo muito conhecido neste cenário que é o “ministério
itinerante”.
Analisando a Bíblia
Sagrada, eu não vejo este tipo de ministério, pois Paulo escreve aos Efésios,
no capítulo 4 e verso 11-16:
“E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas,
e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores,
querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para
edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao
conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa
de Cristo, para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por
todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam
fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele
que é a cabeça, Cristo, Do qual todo o corpo, bem ajustado, e
ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte,
faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor.”
O que mais se aproxima da
itinerância, é o ministério de evangelista, que é aquele que leva a Palavra do
Senhor onde Ele o chamar, mas este itinerante eu não encontro na Bíblia.
Alguns dizem que Paulo foi
um itinerante, mas isto está INCORRETO, pois Paulo foi um apóstolo, ou seja,
aquele que pregava a Palavra, “montava” a igreja, auxiliava o seu crescimento
até que houvesse alguém para ser o seu pastor e após isto, partia para outra
localidade.
Quando perguntamos aos
jovens qual é a sua chamada, ou seja, o que ele acredita que o Senhor tem para
ele fazer, a maioria responde: “ser pregador ou ser cantor”, e aí entra a minha
preocupação:
Onde estão os futuros pastores? Onde estão os futuros “episkopoi”?
Onde estão aqueles que se interessarão pelas pessoas e por levá-las ao Céu (Hb
13.17)?
Será que Jesus chamou
todos estes jovens para serem evangelistas, ou será que eles estão equivocados
quanto ao seu chamado?
Eu não tenho nada contra a
verdadeira chamada de um evangelista, mas o que me preocupa é que biblicamente
o evangelista ama as pessoas e por isto prega a Palavra e não é isto que eu
tenho visto nestes “pregadores itinerantes”.
Tenho observado muito
“glamour”, muita glória, muita fama, e MUITOS problemas envolvendo os mesmos.
Sendo assim, meus queridos
irmãos, eu gostaria que vocês que se enquadram neste cenário pensassem:
SERÁ QUE REALMENTE EU DESEJO O EPISCOPADO?
Leonardo Novais de Oliveira
Leonardo Novais de Oliveira
Realmente meu caro; boa parte das pessoas não entendem o verdadeiro significado de prestar auxílio e querem somente as honrarias.
ResponderExcluirQuanto a fama nada tem demais,....pois O Senhor disse: A SUA FAMA CORREU POR TODAS AS NACOES POR CAUSA DA MINHA GLORIA QUE TINHA POSTO SOBRE TI-(Ezequiel 16:14)...Numa parte concordo contigo.
ResponderExcluirConcordo plenamente, eu particulamente fui consagrado a Auxiliar na Assebleia de Deus, mais respondendo essa pergunta, se eu deselo o espicopado.NÃO, Pr. Leonardo novais não agravando a todos mais hoje tem muitos pastores so de nome, que estão aparcentado a si mesmos, esse meio está se tornando podre, muitos vivendo no lucho nas custa da igreja, principalmente os PASTORES PRESIDÊNTES DE CANPO, são os piores...que exenplo eles estão dando a essa geração nenhum, eu digo NÃO porque se eu for vou ter que entrar em sistema. Queria a seu conselho ao meu comentario, Paz a todos..
ResponderExcluirCaro irmão Deivid Coutinho, Paz seja convosco. Existem 3 tipos de dons, os naturais (presentes de Deus para algumas pessoas, tais como dons relacionados a arte e música, os dons ministeriais - Ef 4.11-15, dados por Deus para alguns com o objetivo de fazer com que a igreja cresça e os dons espirituais - 1 Co 12, que são presentes de Deus para qualquer um que buscar, com o objetivo de edificar a igreja. Algumas pessoas foram colocadas em cargos por interesse, politicagem e outros, mas aqueles que tem chamado são dotados por Deus para realizar o mesmo. A melhor coisa a fazer é orar para que o Senhor separe o joio do trigo, para que a obra não sofra. Abraços, Leonardo.
ExcluirTremendo,minha pastora pregou sobre esse assunto,na santaceia,eu sou diaconisa,e descobri que preciso desejar o episcopado.....vcs estão de parabéns...Deus abençoe cada dia mais teu ministério...
ResponderExcluirOii Emília, Paz seja convosco. Obrigado por visitar o blog.
ResponderExcluirSeja sempre bem vinda, ajude-nos a divulgar este trabalho, fiquei um tempo parado, mas estou reativando.
Acesse também www.leonardonovais.com
Deus te abençoe ricamente, Leonardo.